METAL BRASILEIRO

EXMERA - PROGRAMA METAL UNDERGROUND

PROGRAMA HOLOCAUSTO

quarta-feira, 31 de março de 2010

MERCENÁRIAS - CADÊ AS ARMAS (1986)


01. Lembranças | 02. Há dez anos passados | 03. Somos milhões | 04. Tempo sem história | 05. Ação na cidade | 06. Matinê | 07. Mesmas leis | 08. Cadê as armas | 09. Provérbios do inferno | 10. Kyrie | 11. Angelus | 12. Trashland

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Não dá para contar a história do rock brasileiro sem sentir saudade da banda de garotas mais radical e explosiva que já brotou dessa terra. Mas não era só pelo sexo das integrantes que As Mercenárias ocupavam posição tão rara nas trincheiras pós-punk dos anos 80.

Seu ataque supersônico conseguia incendiar o sangue tanto de fãs da porrada básica, universalizada por Ramones e Sex Pistols, quanto dos adeptos de canções oblíquas e climáticas, como faziam Siouxsie & the Banshees e Joy Division. Era, obviamente, uma platéia minúscula pelos padrões mega-estelares, mas composta de gente incapaz de se identificar com as bandas brasileiras de sua geração que tocavam no rádio e dublavam seus sucessos nos programas de auditório da TV – por isso, o pessoal lotava os shows das Mercenárias e até hoje não se esquece do privilégio que foi poder assisti-los.


Riot grrrls avant la lettre – quase vinte anos antes de o Bikini Kill inaugurar, em 1990, tal onda de punk-hardcore feminista, As Mercenárias estrearam em fevereiro de 1983 e gravaram apenas dois álbuns (um independente, outro por uma das maiores multinacionais do disco), antes de se dissolverem no final de 1988. Nos primeiros anos, o baterista ainda era do sexo masculino – ninguém menos que Edgard Scandurra, mais conhecido como excepcional guitarrista do Ira!. Às vésperas de gravarem o primeiro álbum, Cadê as Armas? (Baratos Afins, 1986), Edgard acabou dando lugar à Lou e assim a banda seguiu até o final, 100% feminina. No vocal, a fúria e catarse de Rosália Munhoz, com sua presença de palco não menos intensa que Iggy Pop ou Johnny Rotten. No baixo, a firmeza inabalável de Sandra Coutinho, ícone do rock brasileiro que também tocou com a pioneira Gang 90 e a ultracult Smack. Na guitarra, Ana Machado, que dava a impressão de ser a criatura mais tímida do planeta, em contraste com as navalhadas e trovoadas que disparava de seu instrumento.


É difícil acreditar, mas houve um momento em que parecia até que as Mercenárias sairiam do gueto para se juntar à galeria da fama. Contratadas pela EMI, tiveram seu segundo álbum, Trashland (1988) eleito o melhor do ano na votação da revista Bizz, que reunia também críticos de outras publicações e outros cantos do país. Na mesma eleição, Trashland saiu com o prêmio de melhor capa (obra-prima de Michel Spitale, hoje diretor de arte da Playboy) e Sandra Coutinho com o de melhor baixista. Pouco depois, porém, as meninas receberam, da gravadora, um telegrama dispensando-as sumariamente, que motivou a darem um fim na banda. Rosália, Ana e Lou abandonaram, inclusive, a carreira musical, enquanto Sandra foi brilhar nas trincheiras da vanguarda berlinense, onde passou 14 anos apresentando seu one woman show acompanhada de samplers e seqüenciadores. Participou também de CDs de bandas alemãs como The Blech e Rat’n’X, além de estudar música eletroacústica, técnicas de gravação e disciplinas similares em diferentes universidades de Berlim, patrocinada pela bolsa de estudos Virtuose, do Ministério da Cultura do Brasil.


A boa notícia é que, com o retorno de Sandra à sua terra natal, o privilégio de ver e ouvir As Mercenárias ao vivo não é mais coisa do passado. Sem Ana Machado (substituída por Geórgia Branco), e com Pitchu Ferraz nas baquetas, a banda está de volta, para matar a saudade dos velhos fãs e apresentar armas às novas gerações. (Por José Augusto Lemos)

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